segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Fazendo deste poema uma carta.

"Eu vou te contar que você não me conhece…
E eu tenho que gritar isso porque
você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza à você…
Ao fim de tudo você permanece comigo,
mais preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira
um abismo maior nos separa…
Você não tem um nome, eu tenho…
Você é um rosto na multidão,
e eu sou o centro das atenções,
mas a mentira da aparência do que eu sou,
e a mentira da aparência do que você é.
Por que eu, eu não sou o meu nome,
e você não é ninguém…
O jogo perigoso que eu pratico aqui,
ele busca a chegar ao limite possível da aproximação.
Através da aceitação, da distância, e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa…
Eu quero que você me veja nua, eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada, te denuncia, e te espelha…
Eu me delato, tu me relatas…
Eu nos acuso, e confesso por nós.
Assim, me livro das palavras,
Com as quais você me veste."


Poema de Fauzi Arap

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